terça-feira, 25 de março de 2008

O Brasilamérica

Como estudante de português, quer saber qual é minha palavra preferida? Long neck. Mas, não long neck como seria pronunciada em inglês, com consoantes duros ao finalzinho de cada palavra, mas long-e neck-e em brasinglês, com “e” ao final. Também têm not-e book-e, Mac Donaldes, Boorger King-e...

Uma vez, no aeroporto chegando do Rio de Janeiro, vi um doce que adoro comer nos Estados Unidos e que não comia por muito tempo. Decidindo gastar mais do que eu queria, perguntei para minha amiga americana como é que se dizia aquela palavra em português. Nunca tendo visto este produto no Brasil, ela também não sabia o nome do meu docinho no aeroporto. Então, usando o melhor português que eu podia falar, perguntei para a moça,

-Como se chama aquele doce?

-Qual, este? Ah, muf-fin

-Oh.

Eu já sabia.

Tenho que dizer que eu adoro conhecer palavras, digamos, “norte-americanas” (um termo que odeio) novamente, mas ao mesmo tempo acho horrível que são palavras tão entranhadas na língua brasileira agora. Em inglês, essas palavras geralmente descrevem uma coisa, e em brasinglês se transformam ao significar um objeto. Long neck, sabe que significa? Pescoço cumprido. E note book? Caderno, um computador é chamado um “notebook computer” quando pode abrir como caderno.

Para mim, é uma perda de cultura, e expansão da globalização, que só pode terminar com McDonald´s e WalMart (dono do Bompreço, eu ouvi falar) sendo dono de todo mundo. Estou sugerindo que se for se apropriar dessas palavras do inglês, cuida bem da sua cultura ao mesmo tempo. Mas, basta com tudo isso agora. Vou para o Mac Donnalds comer um hamburger ou talvez hot dog com ketchup e usar a internet com meu laptop. Talvez depois eu vá para o club HappyNews para tomar um long neck, você me encontra lá?

Um comentário:

Katie disse...

E aí Lauren! Gostei do seu post! (jeje, mas uma palavra "norte-americana). É quase como se a gente não pudesse escapar de nossa cultura espalhada pelo mundo afora. E é uma pena mesmo, porque somente as coisas e as aspectos mais podres (na minha opinião) de nossa cultura são exportadas para o Brasil e o resto do mundo -- como MacDonald's, WalMart, e um bocado de filmes ruins.
Mas eu acho que a cultura brasileira vai permanecer, mesmo com esse fluxo de porcarias norte-americanas, já que ela é bem forte e bem diferente daquela dos EUA.