quarta-feira, 11 de junho de 2008
o celular brasileiro
Choque Cultural O celular faz uma parte grande da Avida social da minha geração, quanto nos Estados Unidos que no Brasil. Eu vivo mandando mensagens de texto aos meus amigos e à família. Seja de pedidos de favores ou piadas, recebo mensagens a qualquer hora do dia e da noite. Eu adoro mandar e receber mensagens porque é muito mais simples e rápido para resolver pequenas coisas do que falar com alguém. Além de adorar mandar torpedos, também gosto muito de conversar com os meus amigos, meu namorado e minha família pelo celular. Gosto de passar uma hora falando sobre tudoe sobre nada com uma amiga com quem faz tempo que eu falei. Tudo isso para mim nos Estados Unidos é tão normal e fácil porque eu e quase todo mundo temos celulares pré-pagos. Mas no Brasil este não é o caso para mim nem para os meus amigos e meu namorado. Todo mundo aqui tem celulares de cartão e com isso vêm muitas questões de tabus sociais. Por exemplo, acho que era difícil para mim e as minhas amigas nos acostumarmos com a falta de uso do celular aqui. Nos Estados Unidos, você liga para o namorado muito mesmo se não tiver uma razão importante para ligar. Sempre manda torpedos sem precisar, só para dar beijos e dizer ao seu amor que o ama. No Brasil, pelo que eu já experimentei e ouvi falar das minhas amigas, o contato por celular em relações românticas não é tão habitual assim como nos EUA por causa da freqüência com que os jovens ficam sem crédito. Eu já falei e escutei mil vezes as minhas amigas americanas aqui dizendo, "Por que ele ainda não me respondeu?! Ele vai demorar para me ligar, como sempre." E também, se um cara brasileiro gostasse de você de verdade, te ligaria a cobrar com freqüência? E é mal educado ligar muito a cobrar para os amigos? Talvez seja superficial, mas esta é uma questão sobre a qual eu e as minhas amigas nos encontramos fazendo muito. Tem a ver muito com o medo de as meninas americanas aqui serem enganadas pelos pegadores e consideradas ricas e ignorantes. E apesar disso, quando eu e as minhas amigas já tínhamos arrumado namorados bons e honestos, a frustração só continuava. Nós ficamos bem chateadas quando temos a vontade de ligar pros nossos namorados só para bater papo um pouquinho e temos que pagar cinco reais por uma conversinha. Que saco! Antes de vir pro Brasil, eu nunca imaginei que eu ia sentir um choque cultural tão forte por causa de um negócio que no passado só funcionava para simplificar a minha vida.
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